Ed e Zoe estão casados há um longo tempo e se conhecem há vinte anos, a ponto de o casamento estar deteriorado. Agora o que eles estão fazendo é conviver um com o outro como se fossem apenas amigos que acordam e dormem juntos. Zoe se sente pressionada e cansada com a obrigação de tentar engravidar e dos eternos tratamentos que faz para que isto aconteça e a mudança de humor que ocorre o tempo todo.
Ed é um cara tranquilo, que escolheu uma profissão que ama, mas que não traz tanta retribuição financeira. Trabalhar com jardinagem para ele é como estar no paraíso. Já Zoe é uma trabalhadora workaholic e faz o que ama também, apesar de muitos dias ficar até tarde em seus projetos de marketing para seus clientes. Sua promoção parece vir a qualquer momento e colocar a cabeça no trabalho parece ser uma solução única.
Isto até o momento em que Ed sofre um acidente e não sobrevive. A partir daí Zoe vê seu mundo ruir e se arrepende completamente por não ter dado mais atenção, por não ter feito mil coisas que deveria fazer, por não ter tido tempo para dizer adeus. E agora é tudo tarde demais.
E dois meses depois em um surto de fúria um acidente acontece e Zoe acorda em 1993, ainda no momento em que estava se preparando para ir à faculdade, onde toda a sua vida começava e ela percebeu que iria passar por todas as experiências novamente. Inclusive conhecer Ed e reviver alguns momentos principais.
E é a partir daí que Zoe decide que vai refazer tudo da melhor maneira possível para que o final não seja o mesmo, para que o acidente e a morte de Ed não aconteça e para que tudo volte a ser como antes.
Autora: Clare Swatman
Título Original: Before You Go
ISBN: 9788580417401
Páginas: 288
Ano: 2017
Gênero: Ficção / Romance
Editora: Arqueiro
A curiosidade sempre toma conta de mim quando vejo uma capa neste estilo. Parece uma arte em que demonstra um romance, mas que de uma forma abstrata também retrata algo perdido, como uma pessoa sozinha, solitária, o que na verdade é a real intenção da capa. Adoro capas que condizem exatamente com o que a história quer repassar e a Arqueiro é uma das editoras que são bem assertivas.
Quem já leu algum livro da autora Dani Atkins certamente vai se identificar com este estilo de leitura, mas não fique imaginando que vai ser idêntica a narrativa e a trama, porque é somente um estilo parecido, mas as diferenças param por aí. Clare Swatman tem um jeito mais simples de narrar o que quer passar para o leitor. Claramente de início a história parece ser algo como um clichê e no fim fiquei esperando um final de uma forma e acabou acontecendo de outra, o que faz o leitor pensar que em fatores em um romance a questão é crucial e a autora segue as ideias a fio.
Lógico que parece ser um pouco dramática toda a parte em que a personagem de Zoe tem que enfrentar a questão da perda do marido e isto por si só dá uma carga mais dura ao enredo, totalizando um sentimentalismo dolorido. Mas ao mesmo tempo quando a autora dá ao leitor a chance de mostrar o passado do casal e como eles chegaram na situação que é narrado no início do livro, dá uma base para entender o quanto muitas vezes não percebemos os erros que cometemos ao longo da vida porque acreditamos que sempre teremos tempo para tudo.
Em certos pontos ficava esperando um pouco mais, mas somente porque sabia que certa cena que estava sendo narrada iria acabar de alguma forma e iria para a seguinte, mas isto é algo de uma leitora ansiosa. A leitura é bem fluída e fácil, aquele tipo de livro que se lê rapidamente e mesmo assim dá para tirar uma ótima reflexão.
O final me deixou pensativa ao que eu realmente sentiria se estivesse no personagem de Zoe. Acredito que não agiria da mesma forma e é este tipo de situação que serve de exemplo e de história que nos faz pensar o que realmente vale a pena.
Posso dizer que é um livro clichê, mas é um belo exemplo de como as coisas do dia-a-dia interferem nos sentimentos verdadeiros e como afetam relacionamentos ao ponto de se perderem totalmente.