West End é um lugar no estado de Washington que ficou meio esquecido pelos turistas por um bom tempo, inclusive por Ângela DeSaria. A irmã do meio de uma família italiana deixou todos para trás e foi estudar na Califórnia, onde seguiu carreira na área publicitária e conheceu seu marido Conlan, um homem que sempre a fortaleceu. O problema é que os anos que se passaram foram sempre na tentativa de conseguir conceber uma criança. A última tentativa acabou desmotivando totalmente Angie, quando sua filha Sophie sobreviveu somente alguns dias. Isso a matou totalmente por dentro. E seu casamento também não sobreviveu.
O restaurante DeSaria’s é o grande amor da Mama, Livvy e Mira. Após a morte do pai Mama coloca todo o seu tempo no restaurante que é a grande atração do local, mas que está perdendo a sua clientela há muito tempo. Livvy, uma ex-modelo que tentou a vida fora e precisou voltar para casa depois de dois divórcios e com dois filhos, trabalha em tempo integral no restaurante, junto com a irmã Mira, uma mulher que já entrou na faixa dos quarenta anos com quatro filhos para criar.
Lauren Ribido foi responsável por sua própria criação desde muito cedo. Sua mãe sempre a culpou por ter sido mãe tão cedo e agora era uma mãe que não ligava para o que a filha fazia. Lauren se esforçava ao máximo para conseguir boas notas no colégio onde conseguira uma bolsa integral de estudos, mesmo que não tinha dinheiro para nada: roupas novas, comida decente. Ela via a mãe se afundar no álcool e trocar de namorado o tempo todo e Lauren só conseguia contar com o namorado de longa data para ficar ao seu lado.
Agora a vida de Lauren e Ângela irão se cruzar e os destinos serão traçados por diversas dificuldades. O amor e a amizade entre a família é o alicerce que une muitas pessoas, mas quando algumas se quebram talvez o que sobre seja juntar os pedaços e seguir em frente.
Autora: Kristin Hannah
Título Original: The Things We Do for Love
ISBN: 9788580417692
Páginas: 352
Ano: 2017
Gênero: Drama
Editora: Arqueiro
Como escrever uma resenha crítica quando o coração ainda bate forte depois da leitura? Mesmo que já tenha se passado quase uma semana ainda fico pensando nas páginas e nas palavras reflexivas da Kristin Hannah. O poder que a autora tem de introduzir os dramas familiares em uma junção de amor, amizade, luta, dor e reconhecimento são tão fortes e poderosos que é impossível o leitor não se envolver completamente em cada página lida.
No primeiro capítulo já se cai de cabeça na fragilidade de Ângela, em sua demonstração de luta para manter o casamento e na descrição de seu esforço para ter tentado engravidar, o que acabou de certa forma destruindo o seu casamento. Assim a autora já consegue chocar nossos sentimentos somente com poucas páginas e imitar a realidade de uma forma incontestável.
Eu imaginava que ia ser aquela leitura onde as irmãs se unem com a dor de uma delas e assim tentam reparar o que foi perdido com o tempo, mas o que a história conta é muito além disto. Está no decorrer dos anos em que a mágoa por atos não tratados foi acumulando e aos poucos quando as três irmãs e a mãe se veem sem o patriarca da família e precisam desenvolver o sentimento unidas, um aprendizado se inicia.
O papel da adolescente Lauren é o que mais dói, na verdade. Não é sempre que em meu círculo vejo uma menina que precisa virar sua vida de cabeça para baixo para conseguir ter o básico na vida, inclusivo o estudo. Mas o mais legal é que esta personagem não desiste. Ela é lutadora e tem um ímpeto gigantesco para alcançar metas sem em nenhum momento destruir pessoas.
Claro que chega um momento do livro que aquilo em que menos queremos que a autora toque no tema vai acontecer. E é neste momento em que agarrasse o livro com tanta forma e coloca-se ele perto do coração para que as palpitações tentem ser amenizadas de alguma forma. Parece tudo um beco sem saída para que o sonho de uma não seja destruído pelo sonho de outra.
É um choque de realidade e com certeza milhares de mulheres passam por estas situações. É por isto que Kristin Hannah é para mim uma das melhores autoras na área de drama, tanto familiar quanto de guerra. Ela sabe envolver de uma perspectiva realista e ao mesmo tempo não forma clichês onde se imagina o final imediato.
É de chorar e de emocionar do início ao fim e logicamente mais uma vez ela inova com chave de ouro. O livro já está sendo adaptado para o cinema e só me resta saber como tudo vai ser envolto através da telinha, porque em letras já descobri que é perfeito.